sábado, 5 de dezembro de 2009

O (meu?) refúgio


Tenho saudades de lá estar, era um sítio diferente onde cada um andava como queria, pensava o que queria, fazia o que queria, e era lá que me sentia bem. Lá ninguém se olhava de lado nem ninguém criticava outrem fosse pelo que fosse e muito menos tinham ideias erradas sem saberem nada acerca uns dos outros. Sentia-me em casa, na minha casa, mesmo sabendo que a minha casa estava a uns bons quilómetros de distância.
Para algumas pessoas já não interessam os sonhos, os pensamentos ou mesmo as opiniões individuais porque tem a irracionalidade de querer agradar a todos os outros, a toda a gente. Querem ser como a maioria é. Querem entrar naquele grupo mesmo que pareça (seja) mau, mesmo que se prejudiquem, mesmo que seja deveras desumano. Querem ter um carro igual ao do vizinho António e uma casa maior que a da Dona Ana. E enquanto se preocupam em querer ser os melhores, esquecem-se que tem vida própria (alguns nem tem), a vida que podiam viver e em vez disso mandam para trás das costas como quem deita fora um pacote de batatas fritas e esquecesse que elas vão lá dentro. Felizmente eu não sou assim e tenho orgulho nisso. Eu acordo, e o acordar é por norma um pesadelo para muita gente, para mim, é algo incrível que faço todos os dias (até hoje) com um sorriso porque é mais um dia que posso sonhar e viver a minha vida. Sou assim, (in)felizmente há quem gosta e quem não gosta mas isso faz-me crescer e faz-me ser melhor (segundo as minhas perspectivas). Porque não sou o protótipo de pessoa que muitos queriam que fosse e tenho orgulho em não o ser. O meu desenho sou eu que pinto e as pessoas que acho que me devem ajudar a fazer este duradouro (espero) e ao mesmo tempo maravilhoso trabalho de arte. Tenho orgulho em dizer que não sou igual a ninguém, que luto pelo que quero e principalmente que sou única.
Dou por mim a pensar que às vezes faço as maiores loucuras, por coisas que às vezes não me servem de nada, e não valem nada. É preciso dizer aquilo que se teme dizer, e acreditar em algo que (mesmo que não seja certo) seja bom para nós, num futuro incerto mas feliz, é preciso também esquecer tudo aquilo que se passou se não for do nosso agrado, ou então, relembrar com um sorriso. É preciso mudar tudo aquilo que parece não ter solução, começar do zero (às vezes), bater com a porta e fugir, apanhar um autocarro, e não olhar para trás. Porque (para ser sincera) tenho saudades daquele meu refúgio, daquele sítio maravilhoso que a maior parte dos meus conhecidos não conhece. Lugar ideal para mim e se calhar para alguns de vocês, mas só para alguns, aqueles que sonham e que acreditam realmente em alguma coisa. Que querem lutar contra os infortúnios da vida e acreditar que é possível fazer dela um conto de fadas onde nós somos as personagens principais.
CSalomé

2 comentários:

  1. Simplesmente fantastico :D Descreveste a tua vida e o teu bem estar, mas muitas das tuas palavras "servem-me" pois enquadrei-me com muitas frases descritas. Parabens por mais um "enorme" texto :D

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  2. Reconheço esse lugar :) *

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