quarta-feira, 27 de julho de 2011

domingo, 17 de julho de 2011

Julho

Porque raio é que este é o mês das desilusões?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

É tão funesta a ideia de cair numa cova e não nos teus braços...

Neste momento tenho a sensação que me estou a dissolver, que tudo ruiu perante mim, que me deixei afundar no poço da Morte, ou melhor, me deixei enamorar por ela naquela escura noite de Inverno…
Hoje, dia quatro de Julho de dois mil e onze, céu limpo e estrelado, estou eu sentada nesta secretária suja e depravada escrevendo esta missiva com um único objectivo que não vou expor querendo que o alcances de forma límpida e pura.
Mais um dia como tantos outros em que te encontras no meu coração a escorraçar de um lado para o outro fazendo com que o sangue não circule na integra e acelerando todo o sistema.
Tu, o teu ático físico, altivas e lúcidas – sim, realmente altivas e lúcidas – formas… em tua trama raparigas como eu se perderam! Tu e esse teu jeito desajeitado e esse silencio gritante que emanas, tu que me torturas a mente sendo eu quem sou… Tu, ser humano que tens em mim o efeito da humanidade e da eternidade. Espalhas pelo ar todo o teu fulgor enquanto me torturas com todos os anteriores efeitos. Pára! Peço-te para não avançares mais… Tu que nunca respondes aos meus pedidos, nem aos mais simples e eficazes (fazendo de mim tua escrava). Tu… que me ensinaste que não são só os ricos que podem comprar o amor, que não são só eles que amam. Que me ensinaste que eles podem amar em doses moderadas e nós não! Que me ensinaste que eles podem até não amar e nós amamo-nos, nem que seja em segredo… nem que seja só eu - neste momento sou mesmo só eu - nem que te ame em segredo eternamente e te o diga não para retorceres mas sim porque o não consigo esconder e prender.
Que mal te aflige, meu Romeu, meu “Amor de Perdição”, meu…meu… nada? Que mal te aflige nessa pálida indolência? Que é esse intervalo entre ti e mim, esse intervalo que não te deixa seguir o teu caminho, ou explicares-me o mesmo?… Afinal foste tu que o criaste e agora não mo aclaras!
Acima de todas as paixões humanas e de tudo o resto que me desola e exausta, que me transforma e modifica… Amor! Esse nosso amor feliz, mais que feliz! Esse nosso amor que entoa a mais bela das canções! A canção que não se ouve e que não é para ser ouvida… a canção mais perfeita e rara, a nossa canção! Oh, meu amor, meu cantor favorito não há como parar esta nossa canção de dentro de mim? Não haverá um “off” neste som? Não há como te parar! A amada meta continua à tua espera, se não a alcanças, se não a desligas… deixa-a tocar e dança com ela. Dança até que te doa os pés, até chegares ao teu auge de transpiração. Dança meu amor, dança comigo porque a valsa é para ser dançada a dois.
Nós dois, em puro êxtase - há quê? Oito, nove meses? – , como eu anseio em voltar atrás no tempo, nem que seja só naquele tempo, naquele nosso tempo. Como eu te anseio e te vou esperando… como eu te não encontro no real e sempre te encontro no obscuro e negro que é o meu coração.
Para sempre te vou ouvir, sempre imutável e constante, o teu ameno arquejar. Para sempre o teu meigo alento me vai consumir e fazer-te desejar, para sempre estarás comigo… e para sempre a nossa música silenciosa me vai lembrar de ti.