quinta-feira, 13 de setembro de 2012

morte da vida


A vida não é mais que uma guerra humana e a morte… essa é uma embriaguez constante com sabor a ervas aromáticas. “A morte é um desconcerto da vida!” relata o encenador na peça da vida dos outros. Para quem vive na corda bamba é tão difícil morrer, tão difícil cortar os pulsos já desfeitos com sonhos enclausurados no mais intimo desejo de os realizar. Aquela corda bamba a bombear como uma bomba... Aquela corda bamba, aquele desassossego enfeitiçado pelos prazeres da vida que parece nunca terminar.
Ilusórias certezas se apoderam da vida e creem na morte enquanto o desejo causa o maior sofrimento ao coração. Eu não creio na morte e na vida já pouco… Não creio no olhar mas creio no sentimento de culpa, creio na frustração e nas lágrimas. Nos olhares que por desentendimentos vários se juntaram e nas florestas que desapareceram. Creio na luz. Creio em mim, quase nada, creio que sim. Creio que não e que talvez não. Creio no meu eu com o teu tu, ou melhor, já não creio muito nisso. Não sou crente mas lá vou crendo. Creio na minha mãe e nos meus avôs bem como na minha irmã. Não creio em toda a família. Creio no nós e no vós no eles nem por isso. Creio quando mais preciso. Creio quando tenho de crer. Creio na libertação da vida através da morte e na libertação da morte através da vida. Creio na sabedoria de Siddharta Gautama e na filosofia de Bob Marley. Creio em crer.
A vida é portanto um labirinto onde se crê e onde se faz escolhas… A morte é a saída desse labirinto.