Eu inconscientemente consciente
de tudo o que não sou ou que jamais poderei vir de novo a ser. Eu com remorsos.
Eu com medo. Eu com dores no peito constantes. Eu sem vontade de sair. Eu presa
em mim. Eu a entregar-me à morte da vida (ou será: à vida da morte?). Eu aqui.
Presa numa imensidão de palavras
já ditas e repetidas inúmeras vezes na minha mente. Presa no meu corpo e na
minha cabeça. Presa a um mundo diferente.
Fecho os olhos e adormeço. Acordo
sobressaltada com o medo a atormentar-me por entre a fechadura, o frio do
quarto, a televisão. Medo esse que não pára. Vou para a sala, e enquanto isso, mais uma vez tenho a sensação consciente da morte. Sinto um arrepio na espinha.
Sinto algo absolutamente ameaçador e horrível a atacar-me o corpo. Algo mau.
Como se o mal triunfasse durante aquelas horas e me levasse para um mundo
desconhecido. Como se nada fosse real a não ser aquele momento indescritível.
Sinto adrenalina ou algo parecido e repetidas palavras de quem
me rodeia e repetidos gestos. Não percebo. Tomo um calmante e perco a
sensibilidade. Não sei onde estou nem porque ali estou. Não sei como ali fui
parar. Sou um ET no planeta Terra.
Ah esperem… Sou eu, a Salomé a
ver tudo desfocado. Sou eu com mais um ataque de pânico.
P.S.:Isto pode parecer
estupidamente parvo mas se algum dos meus seguidores ou leitores tiver ataques
de pânico/ansiedade mande uma mensagem para mim porque é um mundo desconhecido
ao qual não me consigo habituar, agradeço a vossa atenção e compreensão e quero que saibam que não estão sozinhos.